O Salar de Uyuni estava nos planos da viagem, mas não havia fechado nada no Brasil.
No primeiro dia, ainda no aeroporto de Calama, conhecemos a Patrícia, uma espanhola que ficaria no mesmo hostel que nós e pelos mesmos dias no Atacama. Começamos a conversar e, como ela já havia fechado Uyuni, resolvemos fechar juntas todos os outros passeios.
Fomos à mesma agência que ela havia fechado Uyuni e acabamos fechando também, pois estava com o melhor custo-benefício. Nós, que fechamos na hora, pagamos um pouco mais barato do que ela, que havia fechado na Espanha.

No dia que iniciaria a aventura, a van passou pela manhã no hostel, embarcamos com todas as mochilas e pertences e fomos em direção à fronteira com a Bolívia. Para passar pela Aduana é feita uma fila, mas, como o local é pequeno, é necessário esperar do lado de fora. Venta bastante por ali, então não se esqueça das blusas, luvas e afins, rs.


Na imigração é necessário estar com o RG válido ou passaporte, a CIV (Carteira Internacional de Vacinação) e o documento de imigração que é fornecido no local.

Com a documentação ok, seguimos para a divisão dos carros. O passeio é feito em veículos 4×4, dessa forma, no nosso carro, além do motorista, fomos eu e a Rayssa, de brasileiras, a Patrícia, da Espanha, a Seda, da Suíça, e o Joe, da Inglaterra. Como ficaríamos juntos pelos próximos 3 dias, praticamente 24h, seria bom que fizéssemos uma boa interação, rs.
No veículo, as malas que vão em cima só seriam retiradas quando chegasse nos abrigos, então o ideal é levar uma mochila com os itens que mais utiliza, como cremes hidratantes, protetor solar e labial, blusas, lanches, câmeras, celular, carregadores, roupa de banho, tolha, um papel higiênico e água. É aconselhável levar 5l de água por pessoa, afinal, serão 3 dias no meio do nada!
Após a distribuição dos passageiros, os carros partem em direção à Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa, onde farão o pagamento do ingresso (150 Bolivianos) que dá direito a 4 dias na reserva.
Após o grupo efetuar o pagamento, com ticket em mãos, seguimos para a Laguna Blanca, a primeira do caminho. Ali tivemos um tempo para admirar a paisagem, tirar algumas fotos e, logo depois, seguimos nosso caminho.


A próxima parada foi na Laguna Verde, que é ainda mais bonita que a primeira, sem falar que a água muda de cor conforme o sol aparece ou se esconde. Nela, temos um tempo para andar embaixo e subir na parte de pedras à sua volta.


Seguimos pelo Deserto de Salvador Dalí, ou Vale do Dalí, é extremamente árido e foi onde, de fato, me senti no deserto. Leva esse nome pelas paisagens surrealistas que se assemelham a algumas obras do pintor.


Fomos em direção às Termas de Polques, onde ficamos cerca de 30min. Ao chegar, é cobrada uma taxa para utilização do banheiro (é bem simples, por sinal, e a descarga é a ecológica – joga-se uma pá de terra).
O ideal é já ir com a roupa de banho por baixo e levar toalha e roupas íntimas para se trocar depois.
Como não recuso uma aventura ou entrar na água, já fui preparada e corri para as Termas. A água estava entre 30°C e 35°C e, como fora estava frio, foi super relaxante e aconchegante o banho.

Em seguida, fomos ao Sol de Mañana Geysers, que é um dos locais de maior altitude nesse trajeto, 5.000m! Chegamos aos Geysers por volta das 15h. Embora não seja o melhor horário, deu para ver muita fumaça e se aventurar um pouco correndo entre as crateras, em busca de boas poses, rs.

Essa brincadeira somada à altitude e ao forte cheiro de enxofre me deu uma zonzeira, mas nada muito sério. Masquei algumas folhas de coca e logo voltei ao normal, mas tiveram pessoas que estavam no meu carro que não melhoraram tão rápido.
Para finalizar o dia, fomos para o nosso abrigo, que ficava bem próximo à Laguna Colorada.
Descarregamos as malas e as mochilas e fomos conhecer a Laguna, que achei ser uma das mais incríveis do trajeto pelo contraste das cores da vegetação queimada meio amarelada, a terra do chão bem escura, com áreas esbranquiçadas devido ao sal (é uma lagoa de água salgada), e a água avermelhada devido aos sedimentos e pigmentação das algas. Ali também há uma grande concentração de flamingos.



Nesse abrigo, não havia chuveiro. Os quartos eram divididos pelos carros, então, em nosso quarto, dormiram 6 pessoas. Levei saco de dormir, o qual usei sobre a cama e por baixo do edredom, o que foi essencial, pois a noite foi bem fria.
No abrigo, foi servido jantar, com direito a uma garrafa de vinho por mesa. O jantar, apesar de ter sido bem simples, nos aqueceu e nos sustentou.
Após o jantar, fomos do lado de fora do abrigo, embrulhados nas blusas e cobertores, onde conversamos um pouco, contamos algumas estrelas e, em seguida, fomos descansar para o dia seguinte.
Dicas
A agência que fechou o passeio irá reforçar, mas leve, pelo menos, 200 Bolivianos, sendo que serão necessários 150 Bolivianos para entrar no Parque, 30 bolivianos para entrar na Isla Incahuasi e 20 se quiser comprar uma cerveja, chocolate, enfim.
Provavelmente, em duas noites não haverá chuveiro para banho e, em outra, há chuveiro, porém com água morna/fria. Para higiene, é bom ter um bom desodorante e levar lenços umedecidos para aquele banho improvisado.
Para a viagem, levei um saco de dormir que aguenta baixas temperaturas, foi essencial. Algumas agências emprestam, outras alugam, mas, como havia comprado, optei por levar o meu nessa viagem.
Há poucas tomadas nos abrigos então se possível leve carregador portátil e aproveite as oportunidades de carregar os equipamentos no carro.